10.23.2007

ensaio

eu queria drama, uma história. alguma coisa que combinasse com as trilhas sonoras que sempre tocaram na minha cabeça, na imagem monocromática da minha imaginação ficcional. as músicas da minha nostalgia inverídica.

uma história quente, bem temperada. canja de galinha é para quem está doente. e eu estou só carente. dizem por aí que ninguém consegue comer comida temperada sempre. que faz mal. machuca o estômago. mas o meu sempre foi de pedra, e, quem sabe, o coração possa tocar no mesmo compasso.

não quero evitar o tombo no final. o fim é enquanto ainda tá morno, ou quando já esfriou completamente? essa história, na minha frente agora, é quase morna. e eu não sei quando vaai chegar o fim.

essa não é uma pequena epiphania, que precisa navegar sozinha. então me soa tão ridículo não aproveitar enquanto ela ainda pode ser consumida, enquanto eu ainda tenho alguma coisa de mim pra oferecer para consumo. se eu corro para longe, me machuco agora. se insisto, me machuco mais tarde. então fico: estou em display.

indigestão? eu quero ir em direção daquilo que todo mundo anda fugindo, o drama. o meu, vem junto de tanta coisa, tanta possibilidade. afinal, tem comida que fica mais gostosa no dia seguinte, requentada.

o meu drama não precisa de tragédia e nele, tocar Nina Simone de noite combina com um par de taças de vinho. Velvet Underground de manhã, mesmo que sozinha. o meu drama tem uma trilha sonora que acompanha as memórias fortes e temperadas do que eu tenho na mão agora, e do que já aconteceu. memórias, não nostalgias do que nunca aconteceu.

acho que o meu drama é uma fantasia.

7 comentários:

Anônimo disse...

O medo paralisa o homem (ou a mulher).

cabiria disse...

quem é esse anônimo???

Anônimo disse...

Esse anônimo é diferente do outro.
Aquele anonimo escreveu coisas certas, bastante.

Mas eu sou o anônimo curto e grosso.

Eu sou homem, o outro é mulher.

Eu sou o lacônico anônimo.

E no fundo você sabe quem eu sou.

cabiria disse...

Não sei! No fundo eu desconfio, por eliminatória, mas não sei: você sabe que o outro anônimo é mulher. O que me leva a crer que você a conhece.

Anônimo disse...

Como posso saber quem é o outro anônimo, se ele é anônimo?

Desconfio ser mulher pela liguagem :)

Lacônico Anônimo

cabiria disse...

agora, vendo o cinza claro no fundo do blog, lembrei, acho que de você: foi você quem uma vez me disse que cinza claro simboliza personalidade fraca e que eu não deveria usar essa cor no meu currículo?

Anônimo disse...

Não me lembro de ter dito isso.
Na verdade não me lembro de ter visto seu currículo :)
Então, acho que vc está imaginando a pessoa errada...