3.07.2008

Ontem eu achei que estava ficando louca. Hoje acho que, na irrealidade, antes de ontem eu estava é ficando normal.

Eu gostaria de ser uma pessoa impulsiva. Acho que me renderia momentos muito mais líricos. No entanto, fico presa. Presa nessa hiperatividade da minha cabeça. Penso, e considero, e analiso. E odeio isso tudo. E não saio da armadilha: fico sentindo falta do que não aconteceu. Não sei reconhecer o que é ainda, o que é talvez, e o que é não mesmo.

Acho que para serem impulsivas, as pessoas têm que ter muito mais qualidade. Qualidade incontável mesmo. Eu tenho uma grande quantidade de qualidades, todas contáveis. Não tenho qualidade. De fazer e já sair certo, aquele certo que é tão particular, que harmoniza a dor e a delícia de ser quem eu sou.

Que faz a música terminar na hora certa. Que te faz saber a hora de desligar a televisão para não acordar de ressaca na manhã seguinte.

Eu queria ter tanto mais para dizer. Poder fazer. Mas acho que é não mesmo. Só não sei se é medo. Talvez.

4 comentários:

Anônimo disse...

"...fico sentindo falta do que não aconteceu."

Se eu pudesse te contar 3 coisas que eu consegui mudar na minha vida e que a fizeram melhor, eu diria que uma delas foi viver o momento presente e não sentir falta do que nunca tive.

Abraços.

cabiria disse...

é que tem situações em que viver o momento presente é um exagero e uma insistência que te serviriam melhor se deixados para trás.

e eu fico tentando reconhecer se não é isso que estou passando agora. se realmente tenho alguma coisa aqui ou se estou fazendo força demais, pra criar uma realidade que nem existe ou é possível.

Anônimo disse...

"...é que tem situações em que viver o momento presente é um exagero..."

Tô pensando nisso. Quando viver o presente é um exagero, penso eu, seja hora de apenas existir. As vezes eu faço, quando sinto que tudo está a mil por hora eu paro. Sento ou deito ou mesmo de pé, me enconto numa parede, imóvel e na minha mente digo: eu apenas existo! Como todo o resto. Como a tinta na parede que me apoia, como a sujeira sob meus pés, como a casa, a rua, a cidade, o planeta... apenas existindo neste instante...

e por um instante eu me sinto apenas parte disso tudo, e não alguém especial, com uma missão especial e com muitos compromissos e responsabilidades nas costas.

pois é, não muda nada, apenas a perspectiva com a qual eu vejo as coisas.

Falei demais já... abraços.

cabiria disse...

mudar a perspectiva de ver as coisas já é muito, não um apenas. afinal, não existem diversos modos de vida, apenas diferentes maneiras de enxergar a mesma realidade, será?
então talvez isso seja uma experiência interessante para mim, tentar viver o momento presente, apenas existir. que exercício difícil para uma teimosa maníaco-dramática como eu!